29 de julho de 2008

Diário do Farol

«Diário do Farol é certamente o mais importante romance da literatura brasileira dedicado inteiramente à descrição e contemplação do mal: o mal que nos rodeia e nos atinge, mas preferimos ignorar.
Contado na primeira pessoa, este livro é o relato da vida de um psicopata absolutamente amoral e destituído de qualquer escrúpulo que não os ditados pela sua astúcia e, mais do que isso, é o retrato de uma sociedade onde o mal encontra terreno fértil para medrar.
João Ubaldo Ribeiro rompe barreiras, preconceitos e noções confortáveis, para nos confrontar com verdades incontornáveis.
Um romance surpreendente e controverso que levará o leitor a pensar sobre a sua própria condição, a sociedade em que vive, a humanidade a que pertence.«


fonte: site da editora Dom Quixote

27 de julho de 2008

Miguel Torga

Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia Rocha, (São Martinho de Anta, Vila Real, 12 de Agosto de 1907 — Coimbra, 17 de Janeiro de 1995)

Foi um dos mais importantes escritores portugueses do século XX.
Filho de gente humilde do campo do concelho de Sabrosa (Alto Douro), em 1917, aos dez anos, vai para uma casa apalaçada do Porto, habitada por parentes da família. Fardado de branco servia de porteiro e moço de recados. Foi despedido um ano depois, devido à constante insubmissão.
Em 1918 vai para o Seminário de Lamego. No fim das férias comunicou ao pai que não seria padre. Emigrou para o Brasil em 1919, com doze anos, para trabalhar na fazenda do tio, na cultura do café. O tio apercebe-se da sua inteligência e patrocina-lhe os estudos liceais, em Leopoldina. Distingue-se como um aluno dotado. Em 1925, na convicção de que ele havia de vir a ser doutor em Coimbra, o tio propôs-se pagar-lhe os estudos como recompensa dos cinco anos de serviço - o que levou ao seu regresso a Portugal.
Em 1928 entra para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e publica o seu primeiro livro, "Ansiedade", de poesia. Em 1929, com 22 anos, deu início à colaboração na revista Presença com a qual, em 1930, rompe definitivamente por "razões de discordância estética e razões de liberdade humana".
Em 1934, aos 27 anos, Adolfo Correia Rocha autodefine-se pelo pseudónimo que criou, "Miguel" e "Torga". Miguel, em homenagem a dois grandes vultos da cultura ibérica: Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno. Já Torga é a designação nortenha da urze, planta brava da montanha, que deita raízes fortes sob a aridez da rocha.

A obra de Torga tem um carácter humanista: criado nas serras transmontanas, entre os trabalhadores rurais, assistindo aos ciclos de perpetuação da Natureza aprendeu o valor de cada homem, como criador e propagador da vida e da Natureza: sem o homem, não haveria searas, não haveria vinhas, não haveria toda a paisagem duriense, feita de socalcos nas rochas, obra magnífica de muitas gerações de trabalho humano. Ora, estes homens e as suas obras levam Torga a revoltar-se contra a Divindade Transcendente a favor da imanência: para ele, só a humanidade seria digna de louvores, de cânticos, de admiração. Considerado por muitos como um avarento de trato difícil e carácter duro, foge dos meios das elites pedantes, mas dá consultas médicas gratuitas a gente pobre e é referido pelo povo como um homem de bom coração e de boa conversa.

Adaptado de http://pt.wikipedia.org/

Maria Ondina Braga

alguns dos muitos autores/livros em destaque

Maria Ondina Braga [Braga, 1932 - Braga, 2003]

Romancista. Cronista. Poeta. Tradutora. Frequentou o liceu em Braga, onde publicou os seus primeiros trabalhos. Ainda adolescente, parte para Inglaterra, tendo aí concluído um curso superior de língua inglesa, e, de seguida, para França, onde frequentou a Alliance Française.
Em 1960, vai para Angola como professora do ensino secundário e, no ano seguinte, para Goa. A invasão do território pelos indianos obriga-a a ir para Macau, onde leccionou durante três anos, no ensino particular.
O contacto com estes diversos mundos dar-lhe-á um conhecimento e a experiência que lhe permitirão escrever as suas primeiras narrativas, evocando, geralmente sob a forma de crónicas, os lugares por onde passou e as culturas com que conviveu.
Estas obras serão publicadas em Portugal, após ter fixado residência em Lisboa, a partir de 1964. Ainda em 1982, voltou ao Oriente, como professora convidada da Universidade de Línguas Estrangeiras de Pequim.
Os jornais Diário de Notícias e Diário Popular aceitam, entretanto, uma colaboração sua que irá diversificar, posteriormente, por A Capital, e pelas publicações Panorama, Mulher, Colóquio, JL e Letras e Letras.
Dedicou-se, paralelamente, à tradução de autores de renome internacional, nomeadamente Graham Greene, Pearl Buck, Anais Nin e Herbert Marcuse, entre muitos outros.
Segundo Maria Alzira Seixo, a produção ficcionalística de Maria Ondina Braga é constituída por "narrativas tecidas sobre o quotidiano feminino que procura uma vivência inteira da existência, temperada pelo sentimento e pela consciência social". Tem obra traduzida e publicada no estrangeiro. in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. VI, Lisboa, 1999 Vidas Vencidas (Caminho, 1998), foi vencedor do Grande Prémio de Literatura dst, 2000.

“Graças à mão amiga da Júlia Coutinho, chegaram-me recortes de entrevistas a Maria Ondina Braga. São textos de uma vida dorida, cercada pela carência de afectos, de meios, de uma carícia de reconhecimento. «Escrever foi única coisa que encontrei na vida», disse ela, num desses momentos. Viveu de traduções, ganhou com isso um magro pão. «Como escrevo pela noite fora sempre poupo uma refeição. Não preciso de muita coisa para viver, já quase não se vive como eu vivo», disse numa entrevista a Maria Antónia Fiadeiro.
Agora, porque está morta, começam a surgir as homenagens: um prémio literário com o seu nome, mas só para os que nasceram em Braga ou morarem em Braga! Uma rua com o seu nome uma «rua de horríveis caixotes de cimento», como se diz aqui, falando, com tristeza da sua expiação.” José António Barreiros Passagem do Cabo Maria Ondina Braga esteve professora em Malanje na mesma altura em que, miúdo, por ali andava, filho de solicitador. Quando a guerra começou, e com ela o cortejo de atrocidades e de rancores incendiados, estavam ambos presentes, ignorando-nos, e sem que a vida nos desse sequer a oportunidade do aproximar. Hoje, um sábado frio, ela morta, eu ainda por aqui, leio-a, folheando-o, como se na ânsia de a encontrar, um dos seus livros. Ei-la, enfim, num passeio ao Lombe, com as professores do Colégio das Madres, onde ensinou português. Entusiasmada, ela que nascia viva em cada ser, a falar da terra meditativa e úbere, extática e exuberante, das galinhas de Angola, do céu cravejado de estrelas, a estrada povoada de buracos enlameados. Como tudo isso me faz sentir só! Apátrida, filho de uma terra de que não me reconheço, acampado na vida, com os que me restam do álbum desbotado de uma família que desabou, leio-a para me reconhecer: «meu destino é passar». Hoje acordei em paz comigo. Levantei-me cedo e tomei em mãos o «Passagem do Cabo», um dos seus livros auto-biográficos e nele encontrei a frase «isto de contar a vida é sempre mais triste do que vivê-la». Está aqui a explicação íntima, a de fazer próprias as dores alheias, juntando-as às já sentidas."
J. A. B. n'A Janela do Ocaso

21 de julho de 2008

vivalgarve - reportagem

A dois passos do Mercado Municipal de Faro, acaba de ser inaugurado um novo espaço cultural. Surge pela mão de Liliana André Teles Palhinha e José António Barreiros - advogado e escritor que nos últimos anos se tem dedicado a estudar as redes estrangeiras de espionagem activas em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial. É simultaneamente uma livraria (baptizada de «Pátio das Letras»), um espaço de exposições («Espaço Memória»), uma editora («O Mundo em Gavetas») e um arquivo público para a documentação recolhida por Barreiros nas pesquisas históricas que inspiraram os seus livros. Para já, o espaço tem patentes duas exposições. A primeira é sobre Ian Fleming – escritor cuja obra literária ultrapassa em muito aquilo que o cinema popularizou em torno da personagem «James Bond, o agente 007». A segunda é uma exposição de pintura (óleo sobre tela segundo várias técnicas), de Sonia Cabañas, artista mexicana cuja obra ainda é pouco conhecida dos algarvios.


Histórias fora da gaveta


Depois de uma inauguração bem participada, no passado Sábado, dia 12, o mais recente espaço cultural de Faro já mexe. Para além das histórias de espiões e agentes secretos, aqui, os frequentadores têm um segredo para descobrir. Atrás dos livros há um agradável terraço onde é possível ler ou descansar. Em breve, irá acolher eventos diversos como tertúlias, concertos, e outras missões pouco secretas mas sempre culturais. Quem o diz é Liliana Palhinha, que sonhou reabilitar duas antigas casas de família para as abrir à cidade e à região.


vivalgarve: Como é que surge este espaço?

Liliana Palhinha: A ideia principal surge com a sensação que em Faro não há um local onde se encontrem livros para além daqueles que são as novidades mais populares do momento - isto é aqueles livros que se esgotam em dois três meses e que não fazem história. Surge da sensação que não há uma livraria com um acervo de autores de referência. Não é porque não haja público leitor, mas simplesmente porque alguém ainda não se tinha lembrado que havia aqui essa possibilidade. Achamos que o mercado também é circular e portanto, também se criam clientes. A nossa política é fazer uma selecção de qualidade daquilo que apresentamos ao público.


Quais os critérios?

Bem, essa selecção assumo-a essencialmente eu. Quando falo em obras seleccionadas, não falo apenas em obras escolhidas para um público altamente intelectualizado. Falo em boas obras, mas dirigidas ao grande público. Vamos procurar ter variedade, desde o romance ao conto. Nos dias que correm, as pessoas têm pouco tempo para ler, e gostam cada vez mais dos livros de contos. Temos muitos autores portugueses e futuramente teremos ainda mais. E queremos apostar muito nos autores algarvios.


Além disso há a estampa da casa «O mundo em gavetas»…

Sim, é verdade. Já temos quatro edições. Nós começamos como editora, mas já na altura tínhamos o projecto de criar um espaço cultural. Estas duas casas estavam em ruínas, metemos os papéis na Câmara em 2006 e ao fim de dois anos e meio conseguimos finalmente abrir, porque são processos muito burocráticos. Portanto, a ideia já existia. Criamos aqui algo ao que chamámos «Espaço Memória» - porque dentro da livraria damos uma importância especial à História. Futuramente, pretendemos fazer exposições como a que está agora patente – que é simultaneamente literária e histórica. A propósito de um autor de novelas, aborda-se todo um período importantíssimo do século XX. Em breve, queremos ter aqui exposições de pintura, música e tertúlias sobre temas da actualidade.


Sei que há uma predilecção sobre temas relacionados com a espionagem e a Segunda Guerra Mundial. Porquê?

Exactamente. Porque são temas aos quais o José António Barreiros está muito ligado. A editora que criámos só publicou até agora quatro livros, todos sobre esses assuntos.

Os segredos são muito fascinantes, e ninguém é apenas aquilo que aparenta. Talvez por isso, nós estamos tão interessados neste mundo de duas caras.


Alguma razão especial para a escolha da pintora Sónia Cabañas para a inauguração?

Sim. Eu já conhecia a pintura dela e admirava-a imenso. Temos aqui uma retrospectiva de quadros todos a óleo. São técnicas muito diferenciadas. Apresenta quadros inspirados em temas mexicanos, outros em temas mais portugueses e outros mais fantasiosos. Eu sabia que esta pintora só tinha feito três ou quatro exposições, e concretamente no Algarve, apenas duas – uma em Albufeira, outra em Portimão – porque não se lhe têm aberto as portas. Talvez por não se considerar uma artista naquele sentido lato. Por isso, atendendo à qualidade que a pintura dela tem, achei por bem convidá-la.


E a curto prazo?

Em relação aos nossos eventos, vamos tentar diversificar

o mais possível. Isto é apenas o princípio.


Inglês:


A new cultural space has just opened up a couple of steps from Faro’s Municipal Market. It’s the project of two, Liliana André Teles Palinha and José António Barreiros – a lawyer and writer who has dedicated himselve in recent years to the study of foreign spy networks active in Portugal during World War II. The place works as a bookshop (called «Pátio das Letras»), an exhibition space («Espaço Memória»), a publishing house («O Mundo em Gavetas») and a public archive for all the documentation unearthed by Barreiros in the historical research which has been the inspiration for his books. For the moment, the space is showing two exhibitions. The first centres on Ian Fleming – the writer whose literary achievements far surpass those for which his reputation has been immortalized by the cinema: the adventures of «James Bond, secret agent 007» - and the second is an exhibition of paintings (oil on canvas, using various techniques) by Sónia Cabañas, a Mexican artist whose work is still largely unknown in the Algarve.


The World in a Drawer

After the well-attended opening party last Saturday 12th July, Faro’s latest cultural venue is well on its way. People using this place have a secret to unearth. Behind the books there’s a lovely open-air terrace where you can read, or simply relax. Soon, there’ll be various events: literary meetings, concerts and other activities. They may not be top-secret, but they will be cultural. This information comes from Liliana Palhinha, whose dream it was to restore two old houses belonging to relatives and open them up for use by the city.


vivalgarve: So, how did this space come about?

Liliana Palhinha: The main impetus came from the feeling that there is nowhere in Faro where you can find ‘real’ books – other than best-sellers which run out after two or three months, and are then forgotten. It came from the feeling that there is no bookshop with a good stock of reputable authors – and it’s not because there isn’t the reading public waiting out there, but more because no-one’s managed to come up with the idea. We also believe that the market is self-perpetuating, and that will create clients. Our ethos is to bring together a selection of quality authors which we present to the public.


What are the criteria?

Well, I’m the one who makes the choices. When I say ‘selection of quality authors’, I don’t just mean a highly intellectual selection. I mean good books that appeal to the public as a whole. We’ll be looking at everything from novels to short stories. These days, people have so little time to read, they enjoy short stories more and more. We have a lot of works by Portuguese authors, and in the future we’ll have even more. We also want to showcase Algarvean writers.

And then there’s your publishing business «O Mundo em Gavetas»…

Yes, you’re right. We’ve already produced four books. We started here as a publishing house – but we already had the idea for a cultural venue as well. These two buildings were in ruins. We submitted the restoration project to the Câmara in 2006 and, after two and a half years, we were finally able to open. There’s so much bureaucracy here! But, the idea was there. We opened what we call «Espaço Memória» because within the bookstore we want to dedicate a space to history. In the future, we hope to stage exhibitions on this theme – literature and history together. When it comes to writing stories, the 20th century was exceptionally important for authors. Also we hope to put on exhibitions of paintings, concerts, and have literary discussions on themes that are current.


I know one of the favourite current themes is espionage and World War II. Why?

Yes, it is – and that’s because they’re both subjects that fascinate José António Barreiros. Our publishing business has so far published four books – all on these subjects. The secrets of the past are fascinating – nobody being what they appeared to be. Perhaps, for this reason, we’ve been so interested in this subject of the ‘two-sided’ world.


Was there are particular reason for choosing the painter Sónia Cabañas for the inauguration?

Yes. I already knew her work and really liked it. What we have here is really a retrospective in oils. They’re all showing very different techniques. Some are inspired by Mexico, others are more Portuguese – while some are simply fantasies. I knew that this artist had only had three or four exhibitions – in the Algarve, only two: one in Albufeira, another in Portimão. It’s been difficult for her to find a welcoming venue – possibly because she’s not that diverse. But I can see the quality in her work, and for this reason I invited her to exhibit here.


Immediate plans?

With regard to our events, we want to diversify as much as possible. This is just the beginning…


Alemão:


Wenige Schritte vom Wochenmarkt Faro entfernt eröffnet gerade eine neue Kulturstätte, das Projekt von Liliana André Teles Palhinha und José António Barreiros. Der Anwalt und Buchautor widmete sich in den letzten Jahren dem Studium der ausländischen Spionagenetze in Portugal während des Zweiten Weltkrieges. Es ist gleichzeitig eine Bilibliothek namens «Pátio das Letras» (Hof der Geisteswissenschaften), eine Ausstellungsfläche «Espaço Memória» (Platz der Erinnerung), ein Verlag «O Mundo em Gavetas» (Die Welt in Schubladen) und ein öffentliches Archiv für die zurückgehaltenen Unterlagen aus Barreiros geschichtsbezogener Recherche, die seine Bücher inspiriert hat. Zur Zeit gibt es bereits zwei Ausstellungen zu sehen. Eine über Ian Fleming – Autor einiger literarischer Werke, die die bekannten Verfilmungen um die Person «James Bond, Agent 007» weit übertreffen. Die zweite zeigt Gemälde der mexikanischen Künstlerin Sonia Cabañas (Öl auf Leinwand, diverse Stilrichtungen), deren Arbeiten an der Algarve noch wenig bekannt sind.

Die Geschichte der Welt in Schubfächern

Nach der gut besuchten Ausstellungseröffnung am vergangenen Samstag, dem 12., bewegt die neue Kulturstätte in Faro schon etwas. Hier gibt es für die Besucher ein Geheimnis zu entdecken. Hinter den Büchern verbirgt sich eine schöne Terrasse, auf der man lesen oder sich entspannen kann. Bald werden hier unterschiedliche Veranstaltungen Einzug halten, wie literarische Stammtische, Konzerte und andere - weniger geheime, aber stets mit kulturellem Hintergrund. So sagt Liliana Palhinha, die lange davon geträumt hat, zwei alte Häuser ihrer Familie zu restaurieren und sie der Stadt zugänglich zu machen.

Vivalgarve: Wie kam es zur Entstehung dieses Ortes?

Liliana Palhinha: Die Idee entstand dadurch, daß es hier in Faro keinen Ort mit Büchern gibt, unter denen sich nicht nur die aktuell angesagten befinden – die Bücher, die sich nach zwei, drei Monaten abgenutzt haben, die keine Geschichte schreiben. Er ist aus dem Gefühl entstanden, daß es keine Bücherei mit respektablen Schriftstellern gibt. Nicht, weil es nicht die Leser gibt, einfach nur, weil noch keiner daran gedacht hat, daß dieser Markt besteht. Wir denken, daß dieser Markt sich hält und folglich bringt er auch das Klientel. Unsere Politik ist, der Öffentlichkeit eine Auswahl an hochwertiger Literatur zur Verfügung zu stellen.

Was sind dabei die Kriterien?

Nun, die Auswahl übernehme ich. Wenn ich von ausgewählten Arbeiten spreche, meine ich nicht nur Werke, die nur auf ein hoch intellektuelles Publikum zugeschnitten sind. Ich spreche von guten Arbeiten für eine breite Leserschaft. Wir wollen ein breites Spektrum, vom Roman bis zu Kurzgeschichten. In der heutigen Zeit haben die Menschen wenig Zeit zum Lesen, ihnen gefallen Kurzgeschichten immer mehr. Wir haben viele portugiesische Autoren und wollen in Zukunft noch viel mehr. Wir setzen ein Schwergewicht auf Autoren der Algarve.

Des Weiteren gibt es hier im Haus noch «O mundo em gavetas»…

Ja, das stimmt. Wir haben schon vier Ausgaben verlegt. Wir begannen als Verlagshaus, aber schon damals gab es einen Plan für einen kulturellen Treffpunkt. Diese zwei Häuser waren Ruinen. 2006 haben wir die Unterlagen im Rathaus eingereicht, und nach zweieinhalb Jahren konnten wir endlich eröffnen. Die Prozesse laufen hier sehr bürokratisch ab... Also, die Idee gab es bereits damals. Wir schaffen hier einen Ort, den wir «Espaço Memória» nennen, weil wir in der Bibliothek der Geschichte eine besondere Gewichtung zukommen lassen. Zukünftig haben wir vor, Ausstellungen zu machen, die gleichzeitig der Literatur und der Geschichte gewidmet sind. Zum Beispiel einem Romanautor, der eine wichtige Epoche des 20. Jahrhunderts anschneidet. In Kürze möchten wir hier Ausstellungen mit Gemälden, Musik und literarische Kreise mit aktuellen Themen haben.

Mir ist bekannt, daß Sie eine Vorliebe für Themen haben, die mit der Spionage im Zweiten Weltkrieg in Zusammenhang stehen. Wie kommt das?

Korrekt. Das sind Themen, mit denen José António Barreiros sehr verbunden ist. Unser Verlag hat bisher vier Bücher veröffentlicht, alle zu dieser Thematik. Geheimnisse der Vergangenheit sind sehr faszinierend, niemand war der, für den man ihn hielt. Vielleicht kommt es daher, daß uns diese Welt mit ihren zwei Gesichtern so interessiert.

Gibt es einen besonderen Grund, daß Sie die Malerin Sónia Cabañas für die Eröffnungsausstellung gewählt haben?

Ja. Ich kannte ihre Bilder und bewundere sie sehr. Hier findet sich eine Retrospektive. Alle Bilder sind in Öl, aber sehr unterschiedlich. Sie zeigt Bilder, die von Mexiko und Portugal inspiriert wurden. Andere sind einfach nur fantasievoll. Ich wußte, daß diese Malerin bisher nur drei oder vier Ausstellungen hatte und an der Algarve nur zwei - eine in Albufeira, eine in Portimão. Es war schwierig für sie, Ausstellungsorte zu finden. Vielleicht weil sie nicht so facettenreich arbeitet. Deswegen, und weil ihre Bilder Qualität zeigen, dachte ich, ich lade sie ein.

Was sind Ihre Pläne für die nahe Zukunft?

Bezüglich unserer Events werden wir versuchen, möglichst viel Abwechslung zu bringen. Das hier ist nur der Anfang.

20 de julho de 2008

reportagem Vivalgarve

para ler clicar nas imagens



16 de julho de 2008

O dia da abertura, um espaço aberto

Espaço de Memória/Pátio de Letras (12 de Julho 2008)

galeria de fotos









































































Vodka Martini

"Shaken, Not Stirred ! "

While variations are many, a standard modern martini is a five to one ratio, made by combining approximately two and a half ounces of vodka and one half ounce of dry vermouth with ice. Many Europeans prefer somewhat less vermouth—about a six to one proportion of vodka (or gin) to vermouth; however, there are also Americans who might favor this proportion. (en.wikipedia.org)

1/2 oz vodka dash dry vermouth

Combine ingredients with cracked ice in a shaker. Shake well. Strain and serve in a chilled cocktail glass. Garnish with an olive.

In the movies, James Bond was a hard-core vodka martini drinker who preferred his cocktail "shaken, not stirred." Due to his popularity, the cocktail was the hottest drink of the 1960s. However, we believe his fondness for vodka was due in large part because Smirnoff bought the product placement rights in the films.

Before the Bond movie series almost all martinis were made exclusively with gin. (www.coctail.com)