28 de março de 2009
Um poema para cada dia do ano - vídeos
(14 de Fevereiro 2009)
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26 de março de 2009
ABRIL no Pátio de Letras
Sábado, 25 de Abril, 17h00 -INAUGURAÇÃO
«Livros Proibidos no Estado Novo» - inauguração e apresentação pelo Presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes
org. Pátio de Letras e Salvador Santos, com a generosa colaboração do Senhor Duarte Infante - antiga livraria Silva)
Exposições/Fotografia
no Pátio de Letras até 20 de Abril
NELLE IMAGINI L’ANIMA - poesia e fotografia de ANTÓNIA POZZI
org. Instituto Italiano de Cultura, UALG e Pátio de Letras
Conferências/Palestras/Debates
Sexta-feira dia 3, 21h30
«António Vicente Campinas: linhas de fronteira», por José Carlos Barros
Conferência integrada no «Ciclo Viajantes, Escritores, Poetas - Retratos do Algarve», org. UALG/CIIPC/CMVRSA
Sábado dia 11, 17h00
«O Algarve na poesia de Teresa Rita Lopes» por Teresa Rita Lopes
Conferência integrada no «Ciclo Viajantes, Escritores, Poetas - Retratos do Algarve», org. UALG/CIIPC/CMVRSA
5ª f dia dia 16, 18h30
tertúlia Café Oceano sobre o tema "Agua quente ou água fria na costa algarvia"
O investigador Paulo Relvas falará das massas de água, umas vezes frias, umas vezes quentes, que banham a costa algarvia, e do porquê destas mudanças.
Sábado, dia 18, 21h30
«Arte e Media» - apresentação do livro “Imagem e Memória”, pela Prof. Doutora Josette Monzani (Univ. Federal de São Carlos, Brasil) e da Revista electrónica “Intermidias” - tema: arte e política - pelo Prof. Doutor Hudson Moura (Simon Fraser University, Canada)
Debate animado pelas Profs. da UALG Gabriela Borges e Mirian Tavares e pelo artista plástico XANA
Sexta-feira, dia 24, 21h30
«Uma noite com o fogo» - o novo romance António Manuel Venda, apresentado por José Carlos Vilhena Mesquita, professor de História na UALG
Música e Poesia
Sábado 4 , 22h00
«InTentoTrio» - Pedro Reis (baixo), João Melro (bateria), Fernando Pessanha (piano)
«VJ_Zayle e Poesia» - Projecção de Poemas inspirados na obra dos WordSongs e da escritora Maria do Dromedário - autoria: Elisabete Ribeiro
(org. Patio@Bar)
Teatro
Sábado 4, 24h00
«Faz de Conto: Contos Eróticos Medievais», uma produção te-Atrito e ARC Músicos
(org. Patio@Bar)
Quinta feira, 9, 22h
"In Due" - Paulinho Lemos & Miguel Martins
(org. Patio@Bar)
Música - audição comentada
Sábado 18, 17h00
«Os virtuosos - música ou show off?» - audição comentada pelo Maestro João Miguel Cunha
Cinema
5ª feira 30, 21h00
«Iª Mostra de Cultura Fílmica» -
visionamento de curtas-metragens: "O Raptado", do jovem realizador algarvio Rodrigo Machado e de "The Alphabet" de David Lynch e ainda do filme "Um Cão Andaluz" de Luis Buñuel.
tertúlia animada por por Rodrigo Machado e pelos Profs. da UALG Dr. Vítor Reia-Baptista e Mirian Tavares - os filmes exibidos, as linguagens e os vários códigos presentes no fenómeno que é o Cinema
(org. Filipe Relêgo e Nuno Fernandes, alunos do Curso de Estudos Artísticos da FCHS da UALG)
Exposição de longa duração
Espaço de Memória - aberto todos os dias das 10h00 às 20h00
A Guerra Secreta em Portugal (1939-1945) - autoria: José António Barreiros
22 de março de 2009
o livro PRIVADO segundo Miguel Godinho
«Devo dizer que a sensação que me fica sempre após a leitura de um texto ou de um livro do Fernando é que a escrita lhe serve antes de mais de terapia (ou de psicoterapia), na medida em que trata sempre questões / problemas extremamente humanos, problemas reais, relacionados com as perturbações ou as dificuldades com que todos nos deparamos pelo simples facto de estarmos vivos e nos inter-relacionarmos uns com os outros.
O Fernando escreveu num outro livro seu o que para mim esclarece de alguma forma a razão da sua escrita (ainda que nas palavras de uma personagem de ficção por si inventada). Passo a citar esse trecho (do livro “Sexo entre mentiras”):
“(…) isto sou eu a pensar (…). Apetece-me desmontar pessoas. (…) Tu sabes que eu só escrevo como se fizesse uma limpeza emocional (…). Tenho este hábito de recuperar o humano para me alimentar dos seus fracassos. Estou onde está o sofrimento, tu sabes, mas as palavras são ainda a minha defesa. Sempre quis saber muito sobre os outros, muito para além do humano, e agora julgo não saber nada sobre mim, nada numa terrível consciência de viver por eles as suas tristezas. Quem me lê não imagina o sofrimento que foi preciso condensar num tempo escrito para que tudo voltasse a ter uma vida que escapasse à ficção de existir no meu pensamento. Peço silêncio para as minhas palavras.” Duas ideias-chave a destacar do que se disse: A vontade de desmontar pessoas (de percebê-las) e a escrita como limpeza emocional.
O Fernando não perde tempo com temas fáceis, com questões de algibeira, com matérias dóceis. O pensamento, a reflexão, a repercussão do olhar, os desequilíbrios interiores, as fragilidades, as debilidades das relações humanas, as fraquezas e as obsessões são assuntos transversais nos seus textos. Talvez por isso a sua escrita seja uma escrita psicológica, marcadamente circunspecta, onde as evidências da vida são reveladas por vezes de forma nocturnal mas com um realismo despido de preconceitos, e tratadas com um ligeiro toque de sarcasmo, fazendo-nos tantas vezes rir de nós próprios, da nossa pequenez. Este livro que aqui nos reúne é mais uma vez testemunho disso mesmo.
“Privado” é um ensaio ficcionado que retrata a vida de um casal desgastado, corrompido pelo passar do tempo, pelo tédio e pelas rotinas de vinte anos de vida
Através do narrador que progressivamente nos vai introduzindo na história conjugal de Olga, uma mulher mal amada pelo marido, que se entrega a um sem número de fantasias como forma de inventar uma nova relação e de passar por cima do descontentamento, vamos percebendo o “compromisso de enganos em que se traduz este amor”, viciado e desgastado pelo tempo. O narrador aqui funciona quase como um psicólogo (e este é o traço mais marcado na escrita do Fernando) que, através de uma escrita densa, profunda, de confrontação, vai questionando constantemente as verdades da vida, desta vidinha que todos levamos, do que nos move, do que nos percorre, daquilo que não se diz, do que faz falta dizer, do que se pensa, da forma como se pensa. Assim, nota-se em toda esta obra uma profunda análise dos afectos, das questões colocadas pela consciência da personagem, da perversidade das suas fantasias como forma de contornar a artificialidade e da decadência sexual deste casal que tenta enganar os sentimentos reais a pretexto de um matrimónio estável, como se quer.
Assim sendo, as tentativas por parte de Olga no sentido de recuperar uma sexualidade honesta, sincera e acima de tudo real, parecem-nos por vezes ridículas, mas colocam-nos perante um drama em que tão facilmente nos revemos, da necessidade de afastar o tédio através da quebra da rotina. É nesse sentido que Olga inventa jogos de sedução frustrados entre o casal; que tenta até recorrer à violência simulada como forma de estimular o desejo, encenando uma sexualidade sem regras mas onde as regras já estão mais que pré-definidas, propondo o visionamento de filmes pornográficos mas onde o estímulo se esvoaça logo à partida em resultado da impossibilidade de sentir o mesmo fogo das personagens das películas. Imagina ainda provocações dissimuladas em desejos carnais onde joguinhos risíveis mais não logram do que evidenciar as verdades manifestas do cansaço dos dois.
Talvez por tudo isto o narrador não use nunca a expressão “fazer amor” entre este casal, preferindo termos como a “cópula” ou outros mais lascivos (como “foder”) no sentido de, por um lado, evidenciar o facto do sexo entre este casal se ter tornado numa obrigação conjugal, e de, por outro, apresentar ao leitor a dimensão real do afecto entre os dois, onde o empachamento da relação fez com que o amor se esfumasse, dando lugar a uma mera carência fisiológica. Nesse sentido e de uma forma brilhante, o narrador dá o exemplo de, num daqueles dias, ao marido de Olga lhe apetecer simplesmente (e passo a citar)
“ter sexo, mas uma coisa rápida e directa, sem preliminares. Um acto que não implicasse a procura do prazer através duma poética da sexualidade. Aproximar-se e desfrutar o corpo de Olga, como se não tivesse de analisar exaustivamente a própria poesia do instante. Olga também não estava para complexidades. A abordagem simplificada, instintiva e primária elevava-a a um ponto mais alto na escala do erotismo. Não haveria lirismo encenado nem fingimento a encobrir o aborrecimento e a preguiça.”
Tudo, portanto, na mais pura da sinceridade, entre os dois. Seria apenas (desculpem a expressão) “descarregar” e já está. Até porque, como diz o narrador-Fernando num momento mais à frente, num outro apontamento quase psicanalítico, “o sexo não programado é um bom motivo de experimentação neste tipo de atitude. Evita-se uma sobrecarga psicológica, sem culpa formada sobre quem deu ou recebeu mais prazer. A preparação intensiva num acto sexual pode levar a um enfraquecimento do desempenho. Mas também pode ser uma causa de prematuridade orgástica”. Como se o que na realidade fizesse falta fosse um pouco de imprevisibilidade, de romper com o estabelecido, de uma reinvenção. Observe-se esta constatação de uma profunda exactidão, escrita numa poética sublime, sobre a sexualidade possível entre este casal, no fundo de tantos e tantos casais que se imaginam outros como forma de reinventarem a sua sexualidade: “O amor que eles sentiam um pelo outro era mesmo uma fantasia. Eles não se amavam. Eles favoreciam as suas próprias necessidades sexuais numa troca de corpos para que cada um deles pudesse sonhar à sua maneira. O sonho de ambos era uma galeria de imagens provocantes que os fazia sentir na presença de estranhos”. Recuperando uma afirmação do Fernando presente num outro livro seu e a propósito do que se disse, (novamente do “Sexo entre mentiras”), “o amor é uma guloseima que se derrete no coração. Se soubéssemos tudo sobre a pessoa que amamos, se calhar nunca tínhamos querido amá-la incondicionalmente. O amor dura enquanto ainda houver matéria desconhecida no outro”. Já se percebeu que o tema da sexualidade está muitas vezes presente na escrita do Fernando, e muitas vezes sob a forma da sexualidade no limite da tolerância, a sexualidade corrompida ou por outro lado, a sexualidade necessária.
Em Privado encontra-se uma estrutura semelhante em todos os capítulos, baseada mais ou menos na seguinte fórmula: primeiro o narrador introduz um problema na relação conjugal do casal (que poderia ser um qualquer casal que se ature há muito tempo), para de seguida o abordar, problematizando-o do ponto de vista psicológico, sugerindo por fim uma maneira / uma forma do casal lidar com ele, expondo as contradições, a degradação das atitudes, a dissimulação, a impostura, a incapacidade em contornar a questão enquanto ao mesmo tempo prefere continuar a ignorá-la. Se pensarmos bem, este método é utilizado também pelos psicólogos.
Assim sendo, é fácil qualquer um rever-se nestas problemáticas apresentadas no livro, pela precisão com que o Fernando aqui a apresenta. Interessante é o facto do livro estar dividido em 31 capítulos, tantos quantos os dias de um mês, como se cada capítulo tratasse um problema (ou os problemas de um dia, se quisermos) com que um casal se depara. Mais interessante ainda é o facto de no primeiro, Olga começar por se lamentar porque acha que o marido tem outra mulher, para, no último, essa mesma Olga acabar por recuperar o desejo sexual, revitalizando a relação, acabando se quisermos, de certa forma, preenchida sexualmente (e afectivamente). Podemos imaginar que no capítulo seguinte, que acabaria por ser o primeiro dia de um novo mês, ela voltasse outra vez ao mesmo estado de espírito, incerta no amor, cheia de dúvidas, com falta de se sentir amada.
Por fim, de referir somente que é sublime a forma com que o Fernando nos apresenta esta vidinha em que nos corrompemos e nos enganamos a nós próprios, esta realidade tão universal, apresentada numa linguagem tão acessível e clara, por vezes com uma poética sedutora, por vezes áspera, por vezes irónica, numa atitude quase de sátira com o ridículo das atitudes comportamentais. São textos pequenos mas intensos, carregados de verdade e de precisão. Dizer apenas que a pornografia contida neste livro não decorre do facto do tema andar à volta da sexualidade, decorre sim, da realidade ser ela própria pornográfica, como se diz no próprio livro. Henrique M. B. Fialho recordou no excelente prefácio as palavras do filósofo francês Michel Onfry que escreveu a este propósito: “casar [talvez mais não seja] (…) do que arranjar forma de lidar com a vida na base da ilusão, da mentira e da hipocrisia.” E, como diz o mesmo Henrique, “agora o melhor mesmo, é não pensar muito neste assunto”.»
21 de março de 2009
Colecção Livro Carta da Colares.
Livro Carta Amar um Cão, de Maria Gabriela Llansol
Outros títulos disponíveis no formato Livro Carta:
...entre outros, que aguardam o seu olhar...
18 de março de 2009
16 de março de 2009
"A Guerra" - Joaquim Furtado
13 de março de 2009
última hora
O evento contará com os demais convidados, o jornalista Rui Costa Pinto e o Dr. Jorge Ferreira. O debate será moderado pelo Dr. José António Barreiros.
3 de março de 2009
"Viajantes, Escritores e Poetas: Retratos do Algarve”
Com a coordenação geral do Prof. João Carvalho da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve e da Dr.ª Catarina Oliveira do Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela, este evento trará às duas cidades algarvias vários especialistas das Universidades do Algarve, Nova de Lisboa e Faculdade de Letras de Lisboa, assim como poetas e escritores algarvios: António Rosa Mendes (Abertura: Vila Real de Santo António); José Joaquim Dias Marques; José Carlos Barros; Teresa Rita Lopes; João Carlos Carvalho; Isabel Dias; João David Pinto-Correia; Nuno Júdice; Gastão Cruz; João Minhoto Marques; Carina Infante do Carmo; Ana Alexandra Carvalho; Ana Catarina Ramos; Artur Gonçalves; Emanuel Guerreiro; Maria do Rosário Marinho; Vasco Barbosa Prudêncio; Pedro Ferré (Encerramento: Faro).